1.31.2009

der Wand

Terminou hoje a exposição "Duas arquitecturas alemãs" que, visitou a Alfândega do Porto durante algumas semanas. Tive oportunidade ontem de a visitar. Apesar de ter gostado da referida exposição algumas situações e outras reflexões merecem algum comentário. Por um lado, de notar a fraca adesão (que pelo menos no momento que fui) à exposição, muito também por motivos de fraca divulgação da mesma; por outro lado, a total falta de organização no acesso à exposição, senão vejamos: dirijo-me ao Segurança de serviço da Alfândega, e revelo o meu interesse na visita às "Duas arquitectura alemãs", o qual me avisa para esperar num sofá que lá se encontrava (qual sala de espera de hospital público, sem lista de espera), permitindo assim que a recepcionista/vendedora de bilhetes descesse, podendo deste modo adquirir o bilhete da exposição. E, nisto, quando a mesma que entrega o "tiquê", deparo-me com uma "venda a dinheiro"/"talão de máquina registradora" como garantia de pagamento, logo de acesso à exposição.
Um espaço tão emblemático como o é a Alfândega do Porto, admitindo que, existam exposições no seu edifício, tem que saber receber os visitantes, muitos deles turistas. Portugal não se pode tornar somente, um país de silly season, devendo explorar outros aspectos potencialmente turísticos como um turismo urbano, de cidades. Temos que aprender que não devemos só receber bem nos restaurantes mas, também noutros espaços culturais, como p.e., em museus.

Ministério da Cultura

Quando em Portugal alguns dispensam por completo o Ministério da Cultura, pretendendo outros a sua extinção, nos EUA mais de 220 mil cidadãos norte-americanos subscreveram uma petição para que Obama nomeie um Ministro da Cultura/Secretário das Artes.

1.30.2009

Milk

Curioso ou não, os últimos dois posts de cinema que escrevi, tinham como realizadores de destaque Gus Van Sant e Sean Penn. Em Milk, encontramos de novo Gus Van Sant derrière la caméra, e Sean Penn no papel principal.
Milk retrata-nos biograficamente a vida de Harvery Milk, interpretado por Sean Penn, o primeiro homem assumidamente homossexual a ser eleito para um cargo público e político nos Estados Unidos da América. Até aqui poderíamos deduzir que se trataria de um vídeo (eventualmente) disponível no canal de História, no entanto, o notável desempenho e interpretação de Sean Penn enriquecem toda a longa-metragem. Alguém que não conheça sequer a vida de activista, político, lutador e defensor dos Direitos Humanos, de Harvery Milk, ao ver o filme conclui que a sua garra, a sua convicção, a sua luta, o seu inconformismo, o seu "movimento" (como costumava chamar), a sua "esperança" (palavra que recorrentemente costumava usar nos seus discursos), mudaram a história de muitos, mudaram a vida de muitos.
Além dos aspectos de representação, tão bem conseguidos ao longo de todo o filme, há outros que merecem igual destaque. De notar a brilhante caracterização e a quase auto-representação de todos os personagens. As semelhanças com as pessoas reais que representam são impressionantes. E, a merecer um enorme louvor, a sublime realização de Gus Van Sant: a interposição entre o tempo real de realização do filme e, as imagens e vídeos da época são uma técnica recorrente ao longo da película; a analepse de todo o filme, quase que autobiográfico de um narrador (Harvery Milk - Sean Penn) que presente o seu assassinato; a inteligente introdução de uma ópera de Verdi como indício trágico que antecede o brutal assassinato de Milk, por Dan White, qual obra catastrófica da literatura teatral de Garrett.
Um filme que cria no espectador atento uma atitude céptica sobre a sociedade e, em particular sobre a sociedade americana. Foi à 30 anos que morreu Milk, a lutar por aquilo em que acreditava.

Nota: 10
(Sabendo que Milk está nomeado em 8 categorias pela Academia, quanto às pricipais, Sean Penn, é claramente merecedor do Óscar de Melhor Actor (Principal)).

1.28.2009

Drugstore Cowboy

De Gus Van Sant, Drugstore Cowboy - No trilho da droga, relata-nos de forma surpreendente o mundo da toxicodependência. Uma película pré-90s vencedora do prémio CICAE - fórum novo cinema do Festival de Cinema de Berlim. Inicia a longa-metragem com um "bando de marginais toxicodependentes", liderádos por Bob, personificado por Matt Dillon. Estes, sustentam o seu vício assaltando farmácias em Portland, Oregon. Muito ao estilo de Gus (nomeadamente nos recentes filmes Elephant e Paranoid Park), a vida monótona e quase banal destes personagens é retratada aqui, sem comentários ou "discursos de igreja".
Até aqui, tudo nos poderia levar a concluir que seria mais um filme sobre "drogados". Contudo, Gus surpreende-nos. Com a morte por overdose de um dos membros do gang, Bob tem que retirar clandestinamente o corpo de um hotel, enterrando-o no bosque. E, nisto decide mudar de vida.
Num centro de desintoxicação reencontra um amigo de longa data. Um padre toxicodependente (William Burroughs). De admitir que, a película de Gus atinge o seu auge quando assistimos aos diálogos entre os dois personagens, os quais metaforizam o seu último aceno a um mundo que acabam de deixar. As conversas finais entre Burroughs e Dillon são sublimes.
De realçar as exelentes interpretações de Matt Dillon e Kelly Lynch (Dianne), enquanto "o casal do bando".

Nota: 7

1.26.2009

O lado selvagem

Em vésperas da estreia de Milk, com Sean Penn no principal papel e, numa merecida fermare no estudo de Direito Processual Penal I, decidi ver na "minha MEO": Into the wild - O lado selvagem, uma fantástica longa-metragem de Sean Penn.
O filme conta a história de vida de um rapaz, Christopher Johnson McCandless (Emile Hirsch) que decide começar a sua vida do zero. Sem nada, do início. A sua história de vida até ali, digamos que fora, comum. Um bom filho, um brilhante aluno que, ao licenciar-se decide abandonar tudo. Acompanhado da sua mochila e dos seus livros segue para Norte, tendo como meta o Alasca. Ao longo de toda a sua viaggio, vive experiências únicas, conhece pessoas muito tipícas da actual sociedade americana (desde ex-combatentes de guerra, a hippies fora de tempo), enfim, viaja de Los Angeles ao México, terminando no Alasca.
Perguntamo-nos, porquê tal atitude, quando tudo tinha?! Christopher ou Alex (nome que passa a adoptar) sentia que estava a viver uma mentira social, tentando sempre fugir ao habitual de um jovem de vinte e poucos anos. Vivera sempre no seio de uma família, a sua, que aparentemente representava o american dream, quando na verdade a podridão, o adultério, ou a violência doméstica eram realidades sempre presentes.
Notas importantes sobre o filme: primeiro, a forma como Sean Penn capituliza a viagem do rapaz é no mínimo interessante (Capítulo 1, Infância; Capítulo 2, Adolescência; Capítulo 3, Idade Adulta; Capítulo 4, Família; Capítulo 5, Alcançar a Sabedoria); segundo, a assombrosa banda sonora de Eddie Vedder é de tal forma significativa que toda a narrativa ganha mais emoção; terceiro, todo o desenrolar de imagens ao longo da película é significativo do quão heterogénea é a América, desde o McDonalds, ao Grand Canyon, etc.
Em suma, assistimos à história verídica de um ser humano que vivia segundo o príncio de que, se admitir-mos que a vida humana é regida pela lógica, então a mesma seria destruída de per si.
Nota: 9

LUX


A discoteca Lux, em Lisboa vai receber entre Fevereiro e Março do presente ano a dupla alemã AutoKratz, o colectivo sueco I'm From Barcelona e os londrinos Radioclit. Ide!

Defiance

Sem grande entusiasmo e com algum cansaço pelo meio, fui à pouco ao cinema. Desta vez a escolha do filme até nem demorou muito.
Fui ver Defiance - Os Resistentes. Um filme concerteza sem o aparato (algo "hollywoodesco"), nem a publicidade de Australia, mas que contrariamente a este último vale mesmo a pena ver. Uma fantástica película de Edward Zwick, que nos conta a vida de um grupo de resistentes judeus que fugiram às SS e a Hitler durante a ocupação nazi na Bielorússia. Três aspectos a destacar: primeiro, a exelente representação de Daniel Craig; actor que desde o seu papel em Munique nada de significativo tinha até então feito; segundo, este é (mais) um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, os nazis, Hitler, enfim, no entanto, surge com um argumento inovador/original, sendo toda a narrativa baseada em factos reais, não se limitando aos clássicos clichets e lugares comuns sobre a temática; terceiro, a interessante analogia moderna que a narrativa pretende proporcionar com exertos da Bíblia, torna-se também um interessante exercício que Edward Zwick nos brinda ao longo de quase 150 minutos de cinema.
Nota: 7
(Sempre que comentar um filme aqui na boulevard.246 avaliarei o mesmo com um valor que variará entre 1 e 10 pontos. Esta terá em conta o desempenho dos actores e atrizes , aspectos de realização, tratamento da narrativa, argumento, entre outros aspectos).

Premier virage

Vindo do cinema e, a meio de uma época de exames bastante "intensa", decidi criar um blog; como que uma tentativa de échapper à la routine.