2.18.2009

40 heures!

Comecei hoje les quarante heures de français! No início a escuridão era total, no entanto, foi-se fazendo luz durante a primeira aula... Afinal, começou hoje compte à rebours de Paris!

2.16.2009

FANTAS 2009

Começa já 6ªf a 29º edição do FantasPorto, Oporto International Film Festival, ou simplesmente "Fantas"! Além das novidades deste ano, o qual pela primeira vez também estará em Lisboa, o Fantas apostará em cinematografia asiática ou ainda, em arquitectura e cinema. "Che, o Argentino" de, Steven Soderbergh será a longa-metragem de inauguração da edição deste ano.

2.13.2009

The Reader

Há já muito tempo que não saía do cinema deslumbrado, encantado, rendido, enfim, maravilhado com o filme que acabara de ver. Pois bem, foi hoje (e, nada melhor para começar este tempo em que os códigos e afins se podem arrumar na estante).
The Reader - O Leitor, realizado por Stephen Daldry conta-nos uma história digamos que diferente, da vida, do amor, do tempo. Tudo começa com um encontro casual entre Hanna, uma mulher mais velha, e Michael, um "miúdo"- termo pelo qual ela o tratava. Volvidos três meses sem se encontrarem, por ele estar doente, o aparente encontro de circunstância do início dará lugar a algo, a que, comummente o senso comum chama de paixão. Os dois, iniciam uma relação que exterioriza à primeira vista apenas sexo, estando no entanto verdadeiramente além do meramente observado. Mantêm durante o último Verão dos anos 50, uma relação onde o meio de comunicação verbal é a literatura (Michael lê-lhe quase como que ritual preliminar clássicos como Homero, Tchekhov, ou Dostoievski) e, o meio de comunicação corporal é quase animalesco. Começam por não saber porque forma se chamariam e, acabam sem conhecerem nada de nada um do outro. Nisto, Hanna desaparece. Passados oito anos, Michael, estudante de Direito em Heidelberg, reencontra a mulher enquando arguida num julgamento de crimes de guerra cometidos durante a II Guerra Mundial pelos nazis. Aí, vem a descobrir a verdadeira Hanna que lhe dissera "não me queiras conhecer". Desolado assiste à leitura da sua sentença (em parte injusta), ficando estupfacto e deveras perturbado por esta ter sido um soldado das SS em campos de concentração.
A fita aborda, as temáticas ancestrais e civilizacionais da moral, do bem e do mal, e sobretudo, da culpa (sempre tão presente na literatura russa). A culpa dela pelo seu passado sem humanidade que a levou a matar mulheres judias em Auschwitz; a culpa dele por não ter revelado o analfabetismo de Hanna em tribunal.
A perfeição desta longa-metragem é tal, que a repetição de pormenores, gestos e pequenos diálogos é claramente propositada. Stephen Daldry "brinca" com o tempo como nenhum outro realizador, torna a mulher enquanto ser, o centro do filme (tal como em The Hours) cria momentos e diálogos que subsistem na nossa memória, desenvolve espaços físicos e ambientes que amparam toda a narrativa ao longo ao longo dos quase quarenta anos em que esta vai decorrendo, escolhe Nico Muhly como autor da exelente banda sonora, como se o som que produz fosse propositadamente criado para este filme.
Kate Winslet interpreta o papel da sua vida, está perfeita, melhor do que nunca; toda a sua caracterização física e de atitudes revelam uma mulher sofrida, crua, gélida, ainda assim, humana. O realizador conseguiu desfigurá-la, tal como o fez a Nicole Kidman em The Hours. Apesar de não superar o seu desempenho em The English Pacient, Ralph Fiennes é o actor perfeito para a interpretação de Michael Berg. O olhar deprimido e deprimente de pessoa reservada que, tão bem sabe fazer estão caracterizadores de um homem agarrado ao passado, como se pretende.

Nota: 10

2.12.2009

FÉRIAS!

... e a uma semana de embarcar para Roma!

2.11.2009

Goodbye Lenin!

Desde que estive em Berlim, há uns meses, que tinha pensado rever este filme que, tive oportunidade de o ver no cinema (2003). Pois bem, foi hoje, precisamente, agora mesmo.
Good Bye, Lenin! - Adeus, Lenine!, do realizador Wolfgang Becker é um dos grandes filmes da produção contemporânea. O argumento, é de todo original e espantosamente bem adaptado. A concreta fita, conta-nos a história (familiar) de uma mulher e dos seus filhos que vivem para lá da já derrubada "cortina de ferro". Ela, uma mulher convicta e, partidariamente socialista que, quando vê o seu filho Alexander numa manifestação anti-comunismo reclamando liberdade, tem um ataque cardíaco, ficando oito meses em coma. De notar que estamos no Outono de 1989. E, neste espaço de tempo, todas as grandes transformações do fim do século XX ocorrem precisamente naquele tempo, e naquela cidade - Berlim.
Quando acorda, sem saber, o mundo e a sua RDA mudaram. Contudo, e, por correr perigo de ter outro enfarte, o filho faz de tudo para que ela nada note, quanto às enormes alterações que estavam em curso. Enfim, todas as peripécias ocorrem a partir daí: desde uma estátua de Lenine a ser transportada no ar por um helicóptero, ou, à suposta rendição da Coca-Cola ao socialismo.
Com uma realização deveras divertida (por vezes, quase infantil - aceleração de imagens), e bem conseguida (a interposição de vídeos e imagens da época de fonte jornalística), o realizador conseguiu desta forma retratar os episódios recentes da queda do Muro de Berlim, além da reunificação das "Alemanhas" de um modo diga-se, original. Wolfgang Becker foi também inteligentíssimo nas sucessivas analogias e antíteses que vai fazendo ao longo de toda a longa-metragem: a saída de casa pelo pai para a RFA e, as viagens espaciais de 1979; ou ainda, um Trabant revestido a Coca-Cola. O mesmo, retrata tão bem ainda, a "loucura" capitalista para os habitantes do east side, fascinando-se p.e. com uma artista porno masturbando-se na TV, ou com o fast food da Burger King.
São ainda de destacar os espaços e as roupas utilizados: os primeiros numa representação viva de um espaço modesto em recursos mas, exagerado em literatura e música clássica, tendo como pano de fundo apelativos papeis de parede; os segundos um autêntico revivalismo (para nós, claro) do "integral ganga", tão "moderno" no início dos 90s.
Em suma, a sublime banda sonora de Yann Tiersen (a qual também acompanha a película Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain) parece criar no espectador um sentimento melancólico de tudo, no entanto, aquilo que vamos vendo contradiz precisamente aquilo que vamos sentido a ouvir. É mais uma das antíteses propositadas de Becker. Enfim, aquilo que somos começa e acaba naquilo em que acreditamos e nos tornamos convictos.
Nota: 9

2.10.2009

Oliveira

Apesar de não ser grande entusiasta, nem um conhecedor exaustivo da obra de Manoel de Oliveira, facto é que, o seu recente filme Singularidades de uma rapariga loura, com Catarina Wallenstein interpretando a personagem do génio Eça, terá estreia mundial hoje, dia 10, em Berlim, no Festival Internacional de Cinema que decorre na cidade.
A par da apresentação mundial da longa-metragem (apesar de ter pouco mais de uma hora), o realizador português com um século de vida, será homenageado com o prémio especial Berlinale Kamera pelo conjunto da sua carreira.
Com uma obra de qualidade duvidosa dizem uns, ou, com uma obra única e genial do cinema português dizem outros, o Sr. tendo ou não qualidade, pelo menos reconhecimento internacional não lhe falta.

2.09.2009

The Duchess

Pelo título desta crónica, poderíamos pensar que se trataria de algo familiar à pastelaria/doçaria (gaulesa), como duchaise e afins, mas não passa de uma palavra (quase) homófona, ainda que sejam palavras oriundas de diferentes línguas.
Trata-se sim do filme The Duchess - A Duquesa, um drama histórico, realizado por Saul Dibb, que tem a belíssima Keira Knightley na interpretação da protagonista - Georgiana Spencer Cavendish (antepassada de Diana Spencer), Duquesa de Devonshire por casamento.
Um bom filme de época que conta a história de uma aristocrata tremendamente influente do século XVIII. Uma fita que põe a nu, as esquizofrénicas convenções morais e sociais da Inglaterra numa altura de algumas convulsões classistas; uma fita que cruamente reflecte sobre o papel da mulher familiar e socialmente. Episódios de infedilidade e adúltério, de parecendo não o sendo, ou ainda, de uma certa fachada para esconder uma certa podridão são constantes ao longo do filme.
Mais, Keira Knightley está encantadora, conseguindo uma óptima interpretação da modernidade e abertura social, cultural e política que caracteriza a Duquesa. Por outro lado e, representando a austeridade e conservadorismo encontramos um Ralph Fiennes completamente adequado à interpretação do Duque. Para completar o triângulo (amoroso, ou não) que se forma na trama, aparece-nos Charlotte Rampling, no papel de Lady Elizabeth Foster, também ela extremamente representativa da "outra".
Apesar de tudo, não me parece um argumento muito "forte". É tudo o resto que faz deste filme, uma obra simpática.
Finalmente, a destacar a meticulosa representação/caracterização espacial, física e comportamental de todos os personagens intervenientes na narrativa, e figurantes. Neste ponto, a aposta foi claramente ganha.

Nota: 6

2.08.2009

O dia do regicídio

Concordo (com alguma e, certa) crítica quando afirma que a fraca qualidade da produção televisiva nacional é uma realidade. Basta perder-mos uns singelos cinco minutos para ver o que quer que seja produzido pelo canal, outrora da Igreja, hoje, vulgo TVI. Não faltam (infelizmente, muitos) exemplos da péssima qualidade de séries, telenovelas, e outras, produzidas pelo quarto canal, senão vejamos: os "actores" vão rodando de produção em produção, não porque tenham uma versatilidade tal que os permita a isso mas, porque os contratos assim o exigem; afinal basta estarem inscritos numa qualquer agência de modelos para que sejam catapultados para os "Morangos com Açúcar" e daí por diante; os textos são além do clichet do costume (o marido que trai a mulher com a cunhada, ou as irmãs separadas à nascença, enfim), não havendo portanto criação argumentativa alguma.

Contudo, no âmbito da matéria em causa há excepções (não da TVI, claro!). A série "O dia do regicídio" (RTP 2), da autoria de Filipe Homem Fonseca e Mário Botequilha e, realizada por Fernando Vendrell é prova disso mesmo. Este conjunto de seis episódios conta-nos o antes, o próprio regicídio, e o depois deste. Com sublimes representações nomeadamente de Ricardo Aibéu (Manuel Buíça), Pedro Wallenstein (Dom Carlos), Pedro Carmo (Aquilino Ribeiro), Suzana Borges (Dona Amélia), Manuel Wiborg (Alfredo Costa), Adriano Luz (João Franco), Virgílio Castelo (Afonso Costa), João Grosso (Luz Almeida), ou ainda Diana Costa e Silva (Maria), são um óptimo exemplo da qualidade da ficção nacional. Além das já classificadas interpretações, tanto todo o guarda roupa como os espaços estão a rigor.
De destacar ainda, que em apenas seis episódios, consegue o espectador apreender a construída (e bem), densidade psicológica de alguns personagens como Manuel Buíça, um homem que, como o próprio escreve em testamento no dia 1 de Fevereiro de 1908, nada tem, deixando assim os seus dois filhos "pobríssimos", pedindo à personagem de Diana Costa e Silva (Maria) que os eduque nos valores da Liberdade, da Igualdade, e da Fraternidade, e, pelos quais morrerá.

2.06.2009

Valkyrie

Contrariando o dito de ontem acerca da falta de tempo disponível para "lazer", fui hoje à estreia de Valkyrie - Valquíria, um filme de Bryan Singer, com Tom Cruise no principal papel, interpretando o Coronel Claus Schenk Graf von Stauffenberg; o homem que poderia ter mudado a história do século XX.
Da trama, nada de novo quanto aos factos históricos ocorridos, assistindo o espectador a um desenrolar (fulminante) de factos descritivos reais.
Sobre Tom Cruise, de notar que não desempenhou mal o papel de dissidente nazi, havendo no entanto alguns aspectos deste que merecem comentário: em diversos momentos do filme, assistimos a uma não representação, onde Tom Cruise interpretando Stauffenberg, não existe no ecrã, enfim, anula-se. Nisto concluímos o seguinte: ou a sua prestação poderia ter sido bastante melhor ou, há um intuito em que tal aconteça; assim, assistiríamos a um Coronel coerente, ao afirmar que não tinha qualquer interesse pessoal no sucesso da Operação Valquíria (daí o seu comportamento algo, discreto), mas sim, um interesse altruísta para com a Alemanha (pós-Hitler, como pretendia) e, por isso muitas vezes ao longo do filme não notamos sequer a presença de Cruise. No fundo, mais importante do que quem dirigia a operação, era definitivamente o seu sucesso.
Há um momento sublime no filme, aquando nos surge a música de Wagner, fazendo uma clara analogia com o nacional-socialismo, como aliás Hitler afirma num dos poucos diálogos que tem com o Coronel.
De notar a fantástica caracterização de todos os personagens (ao nível do guarda roupa da época p.e.), bem como, dos espaços onde decorre a narrativa.

Nota: 6

(Com este filme, pode ser que agora algum realizador português se lembre de fazer uma longa-metragem sobre a vida e o "legado" de Aristides Sousa Mendes. Tal como Stauffenberg surge no cinema sem grande parte dos espectadores o conhecer, Aristides Sousa Mendes surgiu como "finalista" de um concurso de TV sobre personalidades nacionais. E, como saberão as aparentes coincidências não se ficam por aqui).

2.05.2009

Estudos, ou nem tanto.

Durante o estudo desta tarde, Cristina Bragança desata aos risos com este texto dos seus estudos, no âmbito da cadeira de Histologia, curso de Medicina:
Cada vez que vejo, na televisão, estas pobres crianças do mundo a morrer de fome, não consigo evitar o choro. Quero dizer, gostaria de ser tão magra quanto elas, mas sem todas aquelas moscas, a morte e tudo o resto. Por Mariah Carey.
MEDO.

Berlinale 2009

Começa hoje o 59º Internationale Filmfestspiele Berlin que, como dizem algumas más línguas os 26 filmes (destes, 8 não estarão em concurso) que estrearão no Festival de Cinema da capital alemã, versarão recorrentemente sobre "a crise". E?! Afinal o cinema além doutros, deve ter um olhar crítico, de reflexão sobre a sociedade, em concreto sobre a actual - 2009.

Revolutionary Road

Há alturas em que a escassez de bons filmes assusta dado o (excessivo) tempo livre para ir descontraidamente ao cinema e, outras em que o completo "bombardeamento" de óptimos filmes nos torna as escolhas mais difíceis, dado o escasso tempo que vamos tendo para ir ao cinema. Esta é sem dúvida uma altura que se inclui na última.
Sem mais, (e, tentanto "ganhar" tempo) fui hoje ver Revolutionary Road - Apenas um sonho, de Sam Mendes. Tinha uma enorme expectativa sobre tal película e, eventualmente por isso mesmo, não saí do filme surpreendido, ou sequer encantado com o mesmo. Este, não tem de todo um argumento original ou inovador, pelo contrário, é já uma temática recorrente do realizador de ascendência lusa. Como é sabido, Sam Mendes realizou entre outros, American Beauty - Beleza Americana, filme que já aborda (e, bem melhor) as problemáticas do american dream e/ou american way of life.
Contudo, e, contrariamente à película que lhe valeu o Óscar, assistimos às meritórias interpretações do casal Titanic - Winslet e DiCaprio. O filme é deles, existe para eles, vive deles. Durante as duas horas da longa-metragem o pano de fundo resume-se ao duo que formam enquanto casal suburbano, que vive na periferia da "cidade" e, aos seus problemas (quase existenciais). Vivem numa angústia angustiante, vivem num "vazio desesperante" (como afirmam) e, mesmo tendo consciência (a qual é diversas vezes personificada pelo "louco" - Shannon) disso, assistem impávidos mas não serenos, à sua conformação a corolários/convenções sociais que tão teoricamente rejeitam. DiCaprio vive para trabalhar (mesmo não se sentindo nada realizado com o que faz), pensando que a felicidade que tanto anseia se concretiza e, em si se encerra, numa "bibenda" com mais de duzentos metros quadrados e um bocado de relva, com um carro na garagem. Vidas rotineiras, monótonas, gente do pós-Guerra que vive o boom económico americano. No fundo, gente que "vai na onda" do parecer, nunca do ser.
De notar ainda, a simbologia variada e recorrente de excertos e certos elementos visuais no filme (sangue p.e.), tão intiligentemente reproduzidos, acompanhando o diálogo visual que Sam Mendes insiste em manter connosco, nomeadamente, através da pormenorizada e exelente decoração interior da casa, qual coliseu, palco de uma tragédia grega.
Nota: 6

2.01.2009

O rapaz do pijama às riscas

Arrisco-me a dizer que as temáticas sobre a 2ªGuerra Mundial e, em concreto o nacional-socialismo, vulgarmente designado nazismo, enquanto regime político e todo o seu enquadramento social, têm sido sem dúvida recorrentes na história do cinema. E, tal premissa poder-nos-ia concluir que o referido argumento estaria hoje gasto, repetitivo, sem novidade. Contudo acabei de ver um filme que é prova exacta do contrário.
The Boy in The Striped Pajamas - O rapaz do pijama às riscas, de Mark Herman, baseado no romance de John Boyne, conta-nos a história de um rapaz de 8 anos, Bruno (filho de um comandante nazi), e da sua família.
Com a mudança de casa, Bruno sente-se entediado por não ter amigos para brincar e, decide começar por explorar o terreno circundante à sua nova morada. Nisto, conhece Schmuel, um rapaz judeu da sua idade com que trava amizade. Contudo, este encontrava-se cativo num campo de concentração, facto que impedia o relacionamento de ambos. A forma interessante como Herman vai desenvolvendo a narrativa, faz com que nos apercebamos da ascendente perda de inocência de Bruno, fruto da dura realidade que vai conhecendo por Schmuel.
Um filme, que nos mostra como a violência, o ódio e o preconceito (no caso racista) levaram homens a manter cativos outros homens, apenas por pensarem de forma diferente, enfim, levaram homens a matar outros homens. Um filme, que nos mostra que também existiram crianças que foram alvo da loucura de uns.
Além de alguns aspectos históricos importantes, esta história fictícia, dá-nos a conhecer a vida das mulheres na época. Cativas de um compromisso matrimonial, eram críticas ferozes do regime que os seus próprios maridos ajudavam a construir.
Esta película é também ela uma homenagem aos milhões de seres humanos vítimas do holocausto. De destacar ainda, a magnífica banda sonora que nos acompanha ao longo de toda a longa-metragem.
Considera o Daily Mail, The Boy in the Striped Pajamas - O rapaz do pijama às riscas, "One of the best films of 2008. Beautifully and sensitively directed.".

Nota: 7

best of Warhol

Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Elvis Presley, Brigitte Bardot, Jane Fonda, Mick Jagger, Man Ray, Joseph Beuys, Keith Haring, Yves Saint-Laurent, Gianni Agnelli - a partir de 1962, Andy Warhol começou a construir o seu mundo de estrelas do cinema, da música, artistas, coleccionadores, políticos, costureiros, empresários. São esses retratos (mais de 250) que o Grand Palais justapõe agora, demonstrando a que ponto Warhol foi sistemático e, formalmente repetitivo neste seu inventário do star system da época. De 18 de Março a 13 de Julho no Grand Palais em Paris.

Louis Garrel

Louis Garrel, filho e neto de homens do cinema francês, em entrevista ao Público/Ípsilon no Estoril Film Festival, que inaugurou esta edição com Dreamers - Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci, com Louis Garrel no papel principal. Nesta edição do Festival o jovem actor emergente teve também oportunidade de se apresentar enquanto realizador, exibindo a sua curta-metragem, Mes copains.
Destaco este excerto da referida entrevista:


Independentemente do seu pai, parece tentar constituir a sua família no cinema. Admira realizadores como Wes Anderson ou Arnaud Desplechin, cujo cinema se baseia numa noção de colectivo, de família electiva. Também procurou fazer isso na primeira curta que realizou, "Mes copains".
Sim, há uma espécie de família escolhida. Em relação ao meu filme, que é um pequeno filme, quase amador, senti que estava na altura de filmar o meu grupo de amigos, tendo em mente a ideia de que um dia seremos velhos e feios como acontece a toda gente - à excepção de algumas pessoas, nomeadamente mulheres, que são bastante poupadas pelo tempo. Os meus amigos detestam ouvir-me dizer isto, mas conhecemo-nos quando tínhamos 16 anos e acreditávamos que íamos triunfar onde os outros tinham fracassado. Um dia olhei para eles e dei-me conta que, no fundo, também estamos perdidos, o falhanço também pende sobre nós. E disse a mim mesmo que era preciso filmar esse estado. Eles detestam que diga isto, dizem: "Só temos 25 anos, não falhámos coisa nenhuma." Quando falo de suceder onde outros tinham falhado, isso tem a ver com aquela coisa de cada geração achar que vai ser melhor e fazer com que o mundo seja melhor. E um dia apercebi-me, ao olhar para eles, que se o mundo se tornar um lugar melhor não será graças a nós [risos]. Somos mais insignificantes do que julgávamos. Acho que essa ideia é bastante bela para filmar.

Siza 2009

Álvaro Siza Vieira vai receber a Royal Gold Medal for Architecture 2009, atribuída pelo Royal Institute of British Architects, em nome da Rainha de Inglaterra. Este prémio de carreira remonta a meados do século XIX e, já galardoou arquitectos como, Frank Loyd Wright, Le Corbusier, Alvar Aalto, Niemeyer, Frank Gehry, Jean Nouvel, Rafael Moneo, Rem Koolhaas ou ainda, Herzog & de Meuron.
Por ocasião da distinção que ocorrerá a 26 de Fevereiro, o The Guardian entrevistou Siza. Vejamos alguns excertos da entrevista: "a arquitectura não deve nunca ser uma transformação arrogante da paisagem ou do espaço (...) O meu desejo é desde há muito tempo o de que os edifícios que construo tenham, de certa forma, estado sempre naquele lugar. Quero que sejam necessários, nunca forçados (...) Há demasiados edifícios hoje. A arquitectura tornou-se um negócio. Há cada vez mais pessoas que vivem de dizer aos arquitectos o que podem e o que não podem fazer (...) Confesso que a minha última experiência de verdadeiro prazer foi no Brasil - fui muito feliz a construir o museu Iberê Camargo."

Remata o The Guardian: "Siza é, simplesmente, um dos melhores arquitectos do mundo".
De notar que esta é a primeira vez que um português é homenageado com a Royal Gold Medal for Architecture.