1.30.2009

Milk

Curioso ou não, os últimos dois posts de cinema que escrevi, tinham como realizadores de destaque Gus Van Sant e Sean Penn. Em Milk, encontramos de novo Gus Van Sant derrière la caméra, e Sean Penn no papel principal.
Milk retrata-nos biograficamente a vida de Harvery Milk, interpretado por Sean Penn, o primeiro homem assumidamente homossexual a ser eleito para um cargo público e político nos Estados Unidos da América. Até aqui poderíamos deduzir que se trataria de um vídeo (eventualmente) disponível no canal de História, no entanto, o notável desempenho e interpretação de Sean Penn enriquecem toda a longa-metragem. Alguém que não conheça sequer a vida de activista, político, lutador e defensor dos Direitos Humanos, de Harvery Milk, ao ver o filme conclui que a sua garra, a sua convicção, a sua luta, o seu inconformismo, o seu "movimento" (como costumava chamar), a sua "esperança" (palavra que recorrentemente costumava usar nos seus discursos), mudaram a história de muitos, mudaram a vida de muitos.
Além dos aspectos de representação, tão bem conseguidos ao longo de todo o filme, há outros que merecem igual destaque. De notar a brilhante caracterização e a quase auto-representação de todos os personagens. As semelhanças com as pessoas reais que representam são impressionantes. E, a merecer um enorme louvor, a sublime realização de Gus Van Sant: a interposição entre o tempo real de realização do filme e, as imagens e vídeos da época são uma técnica recorrente ao longo da película; a analepse de todo o filme, quase que autobiográfico de um narrador (Harvery Milk - Sean Penn) que presente o seu assassinato; a inteligente introdução de uma ópera de Verdi como indício trágico que antecede o brutal assassinato de Milk, por Dan White, qual obra catastrófica da literatura teatral de Garrett.
Um filme que cria no espectador atento uma atitude céptica sobre a sociedade e, em particular sobre a sociedade americana. Foi à 30 anos que morreu Milk, a lutar por aquilo em que acreditava.

Nota: 10
(Sabendo que Milk está nomeado em 8 categorias pela Academia, quanto às pricipais, Sean Penn, é claramente merecedor do Óscar de Melhor Actor (Principal)).

1 comentário:

  1. Fabuloso este filme!!!! Sobretudo a mensagem que passa de defesa absoluta da liberdade e da dignidade das pessoas, independentemente da sua orientação sexual (que podia ser tb a raça, a nacionalidade, o sexo ou as convicções políticas).

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