2.01.2009

Louis Garrel

Louis Garrel, filho e neto de homens do cinema francês, em entrevista ao Público/Ípsilon no Estoril Film Festival, que inaugurou esta edição com Dreamers - Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci, com Louis Garrel no papel principal. Nesta edição do Festival o jovem actor emergente teve também oportunidade de se apresentar enquanto realizador, exibindo a sua curta-metragem, Mes copains.
Destaco este excerto da referida entrevista:


Independentemente do seu pai, parece tentar constituir a sua família no cinema. Admira realizadores como Wes Anderson ou Arnaud Desplechin, cujo cinema se baseia numa noção de colectivo, de família electiva. Também procurou fazer isso na primeira curta que realizou, "Mes copains".
Sim, há uma espécie de família escolhida. Em relação ao meu filme, que é um pequeno filme, quase amador, senti que estava na altura de filmar o meu grupo de amigos, tendo em mente a ideia de que um dia seremos velhos e feios como acontece a toda gente - à excepção de algumas pessoas, nomeadamente mulheres, que são bastante poupadas pelo tempo. Os meus amigos detestam ouvir-me dizer isto, mas conhecemo-nos quando tínhamos 16 anos e acreditávamos que íamos triunfar onde os outros tinham fracassado. Um dia olhei para eles e dei-me conta que, no fundo, também estamos perdidos, o falhanço também pende sobre nós. E disse a mim mesmo que era preciso filmar esse estado. Eles detestam que diga isto, dizem: "Só temos 25 anos, não falhámos coisa nenhuma." Quando falo de suceder onde outros tinham falhado, isso tem a ver com aquela coisa de cada geração achar que vai ser melhor e fazer com que o mundo seja melhor. E um dia apercebi-me, ao olhar para eles, que se o mundo se tornar um lugar melhor não será graças a nós [risos]. Somos mais insignificantes do que julgávamos. Acho que essa ideia é bastante bela para filmar.

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