4.21.2009

Appaloosa

Vi na quinta-feira passada Appaloosa do realizador Ed Harris. Não é mau de todo, mas, sinceramente não sou propriamente fã de western film. Enfim, Jorge Mourinha atribui-lhe nota 2, avaliação que partilho. Digamos que nem comentarei o filme como de costume.

Apetecia-nos muito gostar de "Appaloosa"; não só porque gostamos muito de "westerns", mas porque a segunda realização do actor Ed Harris depois do "Pollock" de boa memória é um filme sincero e honesto que tem o coração no sítio certo - a saber, no amor ao "western" clássico e na vontade de, simultaneamente, o homenagear e o recriar numa altura em que o género caiu em desuso.
Ainda por cima, esta adaptação do romance de Robert Parker sobre dois xerifes de aluguer (Harris-actor e Viggo Mortensen, extraordinários) que assentam arraiais numa cidadezinha sem lei para a libertar do jugo de um barão de gado lê-se como um "concentrado" dos códigos do género: amizades viris, emboscadas, ataques índios, assaltos a comboios, perseguições a cavalo, duelos na poeira, etc., etc.
Mas esse "concentrado" parece querer meter o Rossio na Rua da Betesga, demasiadas vezes colado às três pancadas, como um caderno de encargos a preencher, com Harrisrealizador a deixar o filme arrastar-se sem chama nem ritmo; Renée Zellweger é um caso gritante de "miscasting" no papel feminino; e o final que encerra uma curiosa meditação sobre o fim anunciado do velho Oeste parece pertencer a outro filme. Apetecia-nos muito gostar mais de "Appaloosa", mas a sinceridade e a honestidade de Harris e uma mão-cheia de bons momentos não chegam para fazer dele mais do que um bom esforço que não chega lá - dentro do género, preferimos-lhe o "A Céu Aberto" que Kevin Costner realizou há uns anitos.

Jorge Mourinha

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