3.04.2009

Doubt

Depois dos óptimos dias que passei em Itália, nada como voltar à rotina. (Comummente costumamos utilizar a palavra rotina, como que associada a um hábito ou a uma prática reiterada de certos comportamentos, com um sentido não positivo. No entanto, nem sempre assim o é: afinal as várias idas ao cinema são prova disso mesmo).
Com o sentido de aproveitar para ainda ver no grande ecrã alguns dos filmes premiados em diversas instâncias do cinema em 2009, decidi (apesar da "dúvida") ver hoje o filme Doubt - A dúvida, do realizador John Patrick Shanley.
Doubt, parece à primeira vista contar-nos a história da relação de um rapaz de raça negra com um padre e, uma freira pouco simpática, tendo como realidade espacio-temporal uma paróquia no Bronx em 1964. Nada animador portanto. Contudo, a referida "lengalenga" apenas serve de premissa inicial àquilo que Shanley pretende transmitir: o confronto de doutrinas (conservadoras e progressistas) e posições (antagónicas) e, as consequentes dúvidas (e certezas) que daí surgem. Dúvidas perante a fé, dúvidas perante o comportamento humano, dúvidas sobre a instituição Igreja (e claro, quem a dirige), dúvidas que parecem certezas perante o outro.
Com um bom texto, Doubt vence e vale a pena pelas sublimes interpretações de Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams. Representando seres humanos distintos entre si e, nas atitudes perante a vida; os três personagens tipificam quase personagens-tipo: da tolerância e da falta dela, da compaixão e da falta dela, da integridade e da falta dela, enfim.
De notar que, Shanley além de realizador foi também autor do argumento e do texto, sendo um tanto autobiográfico da sua própria infância.
(Apesar de ainda não ter visto a longa-metragem de Woody Allen rodada em Barcelona, a qual valeu a Penélope Cruz o Óscar na categoria de Melhor actriz secundária, admito ainda assim que, Amy Adams também o merecesse. Esta surpreendentemente bem. Analogamente o afirmo em relação a Philip Seymour Hoffman e, neste caso vi The dark night).

Finalmente, e, por não o ter feito na altura em que vi a peça A dúvida no TNSJ, com a Eunice Muñoz e o Diogo Infante, encenada pelo último, de realçar as memoráveis interpretações que também eles tiveram nos papéis da Irmã Aloysius e do Padre Flynn, respectivamente.

Nota: 8

1 comentário:

  1. Gostei pouco... Falta, n sei, alguma coisa... E sim, Amy Adams em vez da Penélope, sem dúvida!

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