3.05.2009

Slumdog Millionaire

(Deveria ter sido ao contrário mas), depois dos Oscars, hoje fui ver Slumdog Millionaire - Quem quer ser bilionário?, longa-metragem vencedora este ano, do realizador de Trainspotting ou Sunshine, Danny Boyle.
O película é claramente Hollywood e, Bollywood do princípio ao fim dos 120 minutos do filme: tem uma história de amor; tem encontros e desencontros amorosos; tem pobreza e riqueza; tem show off; é uma "grande produção"; tem um irmão mau, e um irmão bom; tem bons e maus; e claro, tem um final feliz.
Ao lermos o anterior parágrafo parece que não gostei do filme, mais, que o achei um tanto piroso ou kitsch, mas não, ou pelo menos estritamente, não.
Com um argumento (de base: um amor aparentemente impossível durante 115 minutos de filme, mas com um final feliz e contente - últimos 5 minutos) nada inovador, Danny Boyle foi pelo contrário extremamente original na forma como o adaptou. Apesar de ser a temática mais recorrente e usada (quase gasta), ao longo da história do cinema, o realizador inovou tornando-o actual.
Por um lado, caracteriza sensorialmente (através da visão e por vezes do olfacto) a Índia, apontando gravíssimos problemas sociais, e outros culturais; problemas que numa Democracia como a Índia o são ainda menos admissíveis. Por outro lado, relaciona muitíssimo bem algumas ancestrais tradições/costumes culturais indianos com, exemplos e outros ícones do capitalismo contemporâneo (o programa de TV que dá nome ao filme, na versão portuguesa claro, é aliás exemplo disso) e, o modo como ambos os factores co-habitam e, se interligam actualmente no quotidiano social indiano.
De notar ainda, a forma (à grande produção!) como Boyle consegue no mesmo filme contar uma mesma história de vida em três tempos diferentes.
Um retrato singular de uma cultura, feito através de um personagem com origens num bairro de lata, acompanhado de uma fenomenal banda sonora de A. R. Rahman.
Em suma, e, apesar de compreender o porquê de ter sido Slumdog Millionaire o vencedor do Óscar para Melhor Filme, (afinal, como escrevi no início, este filme é tudo aquilo que a Academia gosta) The Reader e Milk também estariam definitivamente à altura de tal distinção.

Nota: 7

1 comentário:

  1. Médio mais! Óscar de melhor filme nunca! Mais depressa ganhava o The Visitor, vai ver esse que vale a pena!

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